Saúde
Cerca de 35% do efetivo havia permanecido trabalhando
Não há dados sobre quantos atendimentos deixaram de ser feitos, mas a situação deverá ser normalizada até o início de março
Paulo Rossi -
Depois de 142 dias de greve, médicos peritos do INSS voltaram ao trabalho nesta segunda-feira (25) em todo o país. Em Pelotas, a adesão da categoria durante o período foi parcial. De acordo com a gerência, cerca de 35% do efetivo permaneceu realizando atividades. Não há dados sobre quantos atendimentos deixaram de ser feitos, mas a situação deverá ser normalizada até o início de março, segundo a gerente executiva do INSS na cidade, Carmen Regina Miranda.
O dia foi de movimento na agência da rua Almirante Barroso. A pelotense e dona de casa Vera Costa e Silva acompanhou o filho de 32 anos ao primeiro exame. Segundo ela, o atendimento estava marcado para o dia 27 de novembro, mas só foi realizado nesta segunda, praticamente dois meses depois. Neste período, entre remédios e exames a família gastou cerca de R$ 600,00. “É difícil, meu filho passou por cirurgia, não pode trabalhar e ainda demora pra conseguir o benefício.”
Questionada pelo Diário Popular, a gerente executiva do INSS refutou a informação ao afirmar que quem deveria ter passado por perícia em setembro, outubro ou novembro não foi prejudicado. Carmen também salientou que nenhum dos cidadãos já beneficiados deixou de receber por falta de exames.
Delegada da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) em Pelotas, Maura Malcon disse que a partir de agora serão priorizadas as perícias iniciais para segurados que ainda não estão recebendo benefício e para quem quer alta e se sente apto a voltar ao trabalho. Os demais receberão atenção conforme a disponibilidade de horários restantes.
Sem acordo com o governo, os médicos não devem fazer mutirão para reposição no atendimento. A categoria defende redução da jornada semanal de trabalho de 40 para 30 horas, sem redução de salário, e ações de segurança nas agências. O governo já sinalizou com a possibilidade de estudar a implantação da jornada de 30 horas, mas propõe que isso ocorra em um contexto de reestruturação da carreira.
No país
O INSS estima que 1,3 milhão de perícias não tenham sido realizadas desde o início da paralisação em todo o país. De setembro a dezembro foram concedidos quase 608 mil benefícios por incapacidade das espécies auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e Benefício de Prestação Continuada.
A estimativa é de que cerca de 830 mil pedidos de concessão de benefícios estejam represados, de acordo com o órgão. O tempo médio de espera para o agendamento da perícia médica, na média nacional, passou de 20 dias, antes do início das greves, para os atuais 89 dias. O Instituto conta hoje com 4.330 servidores peritos médicos com salário inicial de R$ 11.383,54, chegando a R$ 16.222,88, para uma jornada de 40 horas.
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